Mucama

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Aproveitando a inspiração fornecida pelo meu amigo Heverson, segue informações e letra da música que retrata a realidade da maioria dos brasileiros, que continuam sendo “mucamas” dos “mestres”.

Mucama é a designação dada à escrava negra que estava outrora no Brasil concubine, o escravo sexual do mestres mas também moça que era escolhida para auxiliar em serviços domésticos ou acompanhar pessoas da família, geralmente as sinhás. Ela era escolhida especialmente para essas funções e acabava sendo tida como escrava de estimação. Algumas vezes também era a ama-de-leite. Exemplo na literatura temos a mucama Lucinda de Joaquim Manoel de Macedo. As mucamas muitas das vezes eram submetidas a torturas e ameaças de seus senhores. Existem alguns romances que colocam tais personagens como heróis, e como conselheiras das filhas dos barões do café e dos proprietários de fazendas.

A música abaixo ilustra a triste situação de brasileiros acomodados, subservientes, e que voluntariamente são escravos dos dominantes da atualidade, e que mesmo hoje (quarta-feira da desgraça), continuam achando difícil mudar alguma coisa e continuam fazendo tudo igual, esperando chegar o natal. Continue assim… é bem simples… não faça NADA diferente para mudar.

Mucama – Cidade Negra participação de Gabriel O Pensador

O que se espera de uma nação
Que o herói é a televisão
Que passa todos os seus meses mal
Melhora tudo no Natal

Até presente dá pra dar
Só não se sabe o que vai receber
Pano de prato ou dedal
Escolha o mais caro que eu quero ver

Mucama na cama do patrão
Me chama, me chama de negão
Paga salário de pão
Mas come o que a população não come

O que se espera de uma nação
Que o herói é a televisão
Que passa todos os seus meses mal
Melhora tudo no Carnaval

Dá pra brincar, dá pra comemorar
Só não se sabe muito bem por que
Entrou de cara na realidade
Na quarta feira que eu quero ver

“Na quarta feira é a volta pra realidade que arde
Acaba a comemoração apaga a televisão pra não gastar a eletricidade
Como na Cinderela carruagem volta a ser abóbora
E na favela o carro alegórico some
E volta às sobras: sobra de feira, sobre de terra, sobra de chão
Sobre de lama, sobra de bala perdida, sobra de comida
Pra mucama, mucama que nada exclama, que não reclama, que não se inflama
Se acalma vendo novela, pois na tela todo mundo ama
Todo mundo mas na vida real todo mundo se odeia
E ódio gera ódio, um sobe no pódio, outro serve a ceia
Ceia no natal, tem Xuxa no carnaval
Mucama deitada na cama beijinho beijinho pau pau. Tchau!

Eu só vou te usar, você não é nada pra mim
Já temos outra pra botar no seu lugar – Pirlimpimpim!
Abracadabra, é como mágica, mas não é abra-te Sésamo
Porque aqui as portas só se fecham
Bum! É menos uma oportunidade
Não é só a quarta feira que é de cinzas, na verdade é a semana inteira
Quinta, sexta, sábado e domingo e segunda
E o povo mucama continua sorrindo levando nas coxas, levando na bunda
Mas não faz mal, porque depois melhora tudo, ham, no Carnaval

Mucama na cama do patrão
Me chama, me chama de negão
Paga salário de bufão
Mas come o que a população não come

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